CADEIAS CURTAS DE ABASTECIMENTO ALIMENTAR - Relocalizar a produção para capacitar os atores e tornar os territórios resilientes
As Cadeias Curtas de Abastecimento Alimentar (CCAA) recuperam o formato tradicional de venda direta para se posicionarem como uma alternativa às longas cadeias que caracterizam o sistema alimentar global, um modelo que foi claramente identificado como insustentável. A própria estratégia "da exploração agrícola à mesa" da UE sublinha o valor desta necessária aproximação entre produtores e consumidores, entre as zonas rurais e urbanas. Tudo isto num contexto em que coexistem formas de consumo irresponsável - basta mencionar a elevada percentagem de perdas e desperdícios ou o problema da fome e doenças a ela associadas - a par de iniciativas de prosumerismo que visam reduzir estas distâncias e gerar modelos alternativos, sustentáveis e de base local. Embora reconhecendo impactos positivos em termos sociais, há ainda aspetos a serem explorados nas áreas económica e ambiental, decorrentes da expansão do modelo de Cadeias Curtas de Abastecimento. Algo semelhante ocorre na perspetiva de melhorar a saúde e nutrição de toda a população, assim como a democratização e justiça relacionadas com a governação alimentar. É neste contexto que as autoridades regionais e locais, juntamente com os produtores e consumidores, podem reforçar as iniciativas estratégicas que apoiam em definitivo um sistema alimentar sustentável, tal como promovido pela Declaração de Glasgow sobre Alimentação e Clima, recentemente assinada pela rede FOOD CORRIDORS.
"Disse pepinos?"
"Sim, são pepinos, sem dúvida."
"Acabou de me dizer que não são identificáveis."
"A lista não funcionou, mas conheço um pepino quando vejo um, Ildi."
Quando um pepino não é um pepino: um conto da UE sobre alfândegas e classificações
(Journeys, how travelling fruit, ideas and buildings rearrange our environment. Actar, 2010)